Quem me encontrar parado me empurre para o meio
Quem me encontrar parado me empurre para o meio, era a frase que comumente se via escrita em uns barquinhos de madeira que os cearences exilados na amazônia lançavam ao mar para pagar as promessas feitas, nos momentos de desespero, a São Francisco de Canindé. Os Seringueiros cearences, empurrados de suas terras pelas secas e atraídos para a Amazônia pela borracha, eram condenados ao mais terrível isolamento. Como não dispunham de outro meio de comunicação com sua terra natal, eles costruiam uns barquinhos de 50 a 60 centimetros de comprimento, colocavam neles velas para serem acesas no altar da matriz, uma carta de agradecimento ao santo pelo milagre concedido e dinheiro para as missas e os lançavam às águas do rio amazonense onde estavam vivendo. O trabalho realizado é um vídeo onde 4 barquinhos são lançados ao rio Amazonas, contendo apenas a inscrição “Quem me encontrar parado me empurre para o meio”. A narrativa que é ouvida no vídeo é a leitura de uma carta escrita por uma mulher cearense que viveu na Amazônia no inicio do século XIX, endereçada diretamente à São Francisco de Assis. O vídeo foi realizado em Manaus, Amazônia durante a residência LABVERDE em agosto 2018.
At the end of the 19th century and the first half of the 20th century, thousands of people from the state of Ceará, in the northeast of Brazil, sought an alternative to the extremely harsh conditions of their native lands, were deluded with promises of a life of abundance in the rubber plantations of the Amazon and migrated there. These men and women were forced into slave labor to serve the interests of the international industry that demanded latex and they were unable to return to their homeland. Whoever finds me standing pushes me to the middle, was the phrase that was commonly written on wooden boats that the exiled cearences cast into the waters of the Amazon basin. This was a ritual of thanks which showed gratitude for their prayers made, in moments of desperation, which were answered by Saint Francis of Canindé. The work Whoever finds me standing pushes me to the middle is a video performance where 4 little boats are thrown into the Amazon River, containing only the hopeful inscription. The narrative that is heard in the video, is the reading of a letter which was penned by a woman from Ceará living in the Amazon. As a direct adress to Saint Francisco de Canindé, it tells a story of suffering and miracles.